Coisas da Chapada Diamantina
Abelhas sem ferrão, nativas do Brasil, na Chapada Diamantina
Quando falamos em abelhas, lembramos de mel e também das picadas dolorosas. Mas hoje vamos falar um pouco sobre uma espécie inofensiva e nativa do Brasil que nos ajuda na preservação da fauna e flora na nossa biodiversidade e nos fornece mel ainda mais nutritivo.
As abelhas nativas do Brasil são chamadas de “abelhas sem ferrão”, pois possuem o ferrão atrofiado, assim, não possuem a capacidade de ferroar alguma coisa ou alguém, de 40% á 90% da polinização das árvores brasileiras deve-se as abelhas sem ferrão, possuem uma função muito significativa no ecossistema agrícola, além de produzirem um mel muito saboroso e rico em propriedades medicinais. É estimado que um terço da alimentação humana depende diretamente da polinização das abelhas. Algumas espécies instalam suas colmeias no solo como em cupinzeiros, formigueiros e em coisas criadas pelos homens como por como, por exemplo, caixas.
São registradas no Brasil cerca de 250 espécies de abelhas pertencentes à tribo Meliponini, chamada popularmente de abelhas sem ferrão, entre elas está a URUÇU que tem o nome científico ‘‘ MELIPONA SCUTELLARIS ’’ , Uruçu que vem do tupi ´´ EIRUÇU ´´significa “ Abelha Grande “. Própria do Brasil, essa abelha é um inseto social, vive em grandes comunidades, prefere habitar em lugares úmidos, como por exemplo, as árvores de grande porte, possuem sangue frio (hemolinfa) e, para sobreviverem, necessitam de uma temperatura interna do seu habitat entre 30 e 36ºC., fundamental para a eclosão dos ovos, desenvolvimento das larvas e amadurecimento do mel. Ela destaca-se de outras abelhas da região pelo seu porte avantajado, pela grande produção de mel e pela facilidade de manejo, atividade que já era desenvolvida pelos povos nativos antes da chegada dos colonizadores. Os méis são usados como remédio, renda extra, ou mesmo, como um alimento melhor para as famílias. Elas ajudam na polinização dos vegetais aumentando a produtividade das plantas cultivadas e a fertilidade das espécies que dependem da polinização cruzada. Produzindo um delicioso mel, com alta qualidade medicinal, rico em propriedades bactericidas, energéticas e antioxidantes.
A criação de abelhas nativas sem ferrão é chamada de meliponicultura. Portanto a meliponicultura é exercida a muitos anos por povos indígenas em toda a América Latina.
Historicamente, muitas dessas abelhas sofreram uma exploração predatória, com retirada de mel sem manejo correto e a consequência disso foi a destruição de algumas colônias, o que contribuiu para a diminuição das populações em várias regiões.
No decorrer do tempo, a exploração predatória cedeu espaço para a melipolinicultura, que além de permitir a produção de diversos tipos de mel, ainda contribui para a conservação das diferentes espécies.
Curiosidades sobre as abelhas sem ferrão:
1) O mel das abelhas sem ferrão tem sido cada vez mais valorizado para fins gastronômicos.
2) Outras espécies: Jataí, Mandaçaia, Manduri e Mandaguari.
3) Nos anos 50, algumas colônias foram enviadas para localidades norte-americanas e algumas sobreviveram por oito anos, suportaram o frio.
4) A colmeia da abelha Jupará é protegida sempre por 3 abelhinhas – as operárias e não deixam ninguém entrar.
5) A abelha Moça Branca é muita pequena e o seu mel é bem denso, parece um melaço, tipo xarope escuro e seu ninho da colméia parece um cacho de uvas.