Por Luísa Ferreira – Blog Janelas Abertas
O Vale do Pati tem três principais acessos, que podem ser usados pra começar e terminar a trilha: Guiné (distrito de Mucugê), Andaraí e Vale do Capão (distrito de Palmeiras). Dentro do vale, é possível fazer diferentes percursos, passando a partir de dois dias. O mais comum é fazer roteiros de três a cinco dias. Quantos mais tempo você passar na região, mais atrações vai poder conhecer.
Hoje em dia, pouco mais de 10 famílias vivem no Vale do Pati, e elas obtêm a maior parte da sua renda do turismo. Mas na época do auge da mineração de diamantes e da produção cafeeira na região, cerca de 3 mil pessoas chegaram a morar ali. O vale já teve escola, igreja e prefeitura, que hoje são usadas pra receber os visitantes.
O Vale do Pati não pode ser acessado por veículos motores, como carros ou motos, então tudo que chega e sai de lá (comida, móveis e até lixo) é carregado por pessoas a pé, ou levado no lombo de mulas. Por isso mesmo, os visitantes devem levar de volta todo lixo seco que tenham levado consigo para o vale.
As acomodações para trilheiros no Vale do Pati são organizadas e a comida servida é deliciosa, mas não vá esperando água quente no banho. As casas por lá usam como principal fonte de energia o sol, através de placas fotovoltaicas instaladas nos seus telhados. Essa energia é suficiente para carregar celulares e câmeras fotográficas, enquanto as geladeiras são a gás.
Considerado um dos trechos mais difíceis e mais recompensadores da travessia do Pati, o Morro do Castelo foi batizado assim pelos visitantes, que achavam que ele parecia com um castelo. Originalmente, seu nome é Morro da Lapinha, com os patizeiros ainda o conhecem.
Com quase 300 metros de altura, o Cachoeirão é a segunda maior cachoeira da Chapada Diamantina. Ela só fica atrás da Cachoeira da Fumaça, que chega a 360 metros. Em épocas de chuva, o Cachoeirão pode ter mais de 20 quedas d’água.
Muitos dos filhos de Dona Raquel, uma das patizeiras mais conhecidas, trabalham com ela recebendo visitantes. E além de cozinhar e cuidar de alojamentos, eles são ótimos em entretenimento. Seu filho João, por exemplo, comanda um bar próximo à casa da mãe com ótimos drinques de cachaça, além de ser um excelente sanfoneiro. Junto com os irmãos, ele forma o grupo de forró pé-de-serra “Filhos de Raqué”, que faz a alegria dos visitantes no São João, Carnaval e Réveillon.
Não existe sinal de telefone no Vale do Pati. Os guias se comunicam com os nativos por rádio, a partir de alguns lugares em que conseguem recepção. Alguns moradores têm internet via satélite, mas por questões práticas ela não está disponível para uso dos visitantes. Por isso, aproveite: seus dias no Vale do Pati são uma ótima oportunidade para desconectar-se e viver o momento em meio à natureza!