Entenda porque esse destino transforma a vida de quem o conhece
Se um homem diz “vou viajar sozinho”, não há nenhum estranhamento. Mas se a frase vem da boca de uma mulher, começam as perguntas. Sozinha? Você é louca? Não é perigoso? Isso é a prova de que ainda existe muito preconceito e machismo. Mas o que poucos sabem é que mulheres viajando sozinhas é uma realidade cada vez mais comum. Segundo o Ministério do Turismo, 17,8% das brasileiras preferem viajar sozinhas.
A escolha do destino é primeiro passo da aventura. Um dos mais procurados pelo público feminino é a Chapada Diamantina. Entenda o porquê neste texto.
Por que viajar sozinha?
Viajar só é um processo de autoconhecimento que proporciona experiências únicas. Você fica mais aberta a se conectar com as pessoas e com a cultura local. Além disso, é um tempo dedicado totalmente a você. O ritmo, o estilo da viagem e os passeios vão ser escolhidos de acordo com o seu gosto. Assim, você vai curtir cada momento.
Durante a viagem, você aprende a controlar os gastos, administrar o tempo e encontrar soluções rápidas para o dia a dia. No final, você vai se sentir mais madura e confiante. E depois já vai pensar no próximo destino para seguir explorando o mundo.
Por que a Chapada Diamantina?
As belezas naturais são o principal atrativo: montanhas, cânions, cachoeiras, poços, rios e cavernas. Mas a Chapada Diamantina vai muito além disso. Quando você observa a grandiosidade da natureza, sente a energia do lugar e perde a noção do tempo entende o porquê desse destino atrair visitantes de todo o mundo. É mágico!
Além disso, você também vai encontrar muitas mulheres em viagens solo. Somente na agência Chapada Adventure Daniel, durante o ano de 2017, o número mulheres que viajam sozinhas é 8% maior do que o de homens. Ver outras pessoas na mesma condição que a sua, ouvir suas histórias e compartilhar experiências traz encorajamento e motivação, além de conquistar novas amizades.
É seguro?
Sim, não é à toa que tantas mulheres procuram por esse destino. A região vive do turismo e trata muito bem os seus visitantes. Dependendo do lugar, você até sente que faz parte da família. E você encontrará tantas mulheres que est
Claro que alguns cuidados devem ser tomados, mas nada preocupante, como é comum na cidade grande. Então pode ficar tranquila e aproveitar o melhor da Chapada.
Existem algumas medidas para que você sinta-se mais segura. No final desse texto, você vai encontrar um checklist ideal para planejar a sua viagem. Mas nada como conversar com quem já teve essa experiência para saber como agir. Confira o próximo tópico e entenda o porquê viajar sozinha transforma a sua vida!
Quem são as mulheres que viajam sozinhas para a Chapada?
A Chapada Diamantina é um destino brasileiro de fácil acesso, mas que poucos conhecem. Por ser muito grande — 41.751 km² de extensão, equivalente ao tamanho da Suíça, é difícil reunir todas as informações sobre o lugar. Então, antes de ir você precisa pesquisar bem e conversar com quem já foi para poder aproveitar ao máximo do destino.
Conheça a história de mulheres que começaram a viajar só e já percorreram vários lugares, incluindo a Chapada Diamantina.
Fez a primeira viagem de moto – Flávia Firmino
Flávia Firmino é pernambucana, servidora pública, tem 34 anos e viajar é o sua maior diversão. Ela gosta de observar o mundo com os próprios olhos e fez a sua primeira viagem sozinha de moto, saindo de Jaboatão dos Guararapes (PE) para João Pessoa (PB). Depois não parou mais: São Paulo, Fernando de Noronha, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
Ela perdeu o medo de ir muito longe sozinha porque encontrou muitas pessoas na mesma situação e fez amizade com pessoas de diferentes regiões.“Gostei muito da Chapada pela interação homem e natureza, uma sensação maravilhosa. A gente acaba conhecendo muita gente legal na mesma vibe e com muita troca de experiências”, explica Flávia.
Para ela, planejar algo e dar certo é um ponto positivo, mas, mesmo que não saia do jeito que planejou, o fato de encontrar uma forma de resolver é uma superação. E quando a chamam de maluca por viajar sozinha ela dá risada e diz: “vocês não sabem o que estão perdendo”.
Começou com um mochilão e tornou-se independente – Marcia Glenadel
Marcia Glenadel é carioca e tem 47 anos. Tudo em sua vida está relacionado com a comunicação e com o mundo exterior: é jornalista e profissional de Letras. Viaja desde criança, levando suas bonecas e ensaiando o que estava por vir. Com 26 anos de idade decidiu fazer um mochilão pela Europa, hospedou-se em hostel e iniciou sua jornada.
No exterior, conheceu países como Escócia, Grécia, Chile, Peru, Canadá, África do Sul e Nova Zelândia. No Brasil, já explorou Bonito (MS), Chapada dos Veadeiros (GO), Jalapão (TO), Chapada das Mesas (MA) e Chapada Diamantina (BA). Uma das experiências que mais gostou foi a de pernoitar na casa de nativos durante a travessia do Vale do Pati, na Chapada. Por ter gostado muito do lugar, pretende retornar e conhecer outras atrações.
Sozinha, ela aprendeu a ser independente e a não dar atenção ao preconceito. “Respondo que as chances na vida são únicas e por isso não vou ficar esperando companhia. Digo também que peregrinar é o que me move”, conta. E assim ela segue conhecendo culturas mundo afora.
Tem mais carimbos no passaporte do que a própria idade – Lívia Oliveira
A carioca Lívia Oliveira, de 27 anos, é formada em Relações Internacionais e acumula uma bagagem de dar inveja: visitou 35 países, sendo 10 deles sozinha. Viajar tornou-se tão frequente em sua vida, que ela criou um blog para falar sobre isso. A primeira viagem só foi a Rota do Himalaia (Índia, Nepal e Tibet). Entre as suas experiência mais marcantes estão o retiro espiritual indiano, o deserto da Namíbia e a trilha do Everest Base Camp.
Mesmo com apenas um final de semana para viajar pela Bahia, ela decidiu percorrer os 425 km de Salvador até Lençóis para conhecer a Chapada e não se arrepende. Pelo contrário, pretende voltar em breve pois ficou encantada. “Foi algo mágico. Os cenários vistos foram incríveis e de uma beleza natural muito única”, revela.
E para quem deseja viajar sozinha, ela incentiva. “Uma coisa que acredito e sempre falo para amigas que estão iniciando essa trajetória é: existe sempre mais gente boa no mundo do que o contrário. Sabe aquela história de que recebemos a mesma energia que emanamos ao Universo? Parece piegas, mas isso sempre deu muito certo comigo. Ter medo só nos imobiliza, nos prende e nos afasta de momentos extraordinários”.
Saiu do país e descobriu que pode ir a qualquer lugar – Josi Bergamini
A capixaba Josi Bergamini é administradora e tem 31 anos. Sempre gostou de viajar mas tinha receio de ir sozinha. Depois de encontrar relatos de mulheres que já se aventuraram, ela comprou uma passagem para Buenos Aires. O que não sabia é que aquela atitude mudaria a sua vida. Desde então, ela viaja para outros lugares sem medo de ser feliz.
Na Chapada Diamantina, decidiu explorar a natureza e a riqueza cultural. Com tantas atrações, os quatro dias de estadia não foram suficientes para conhecer tudo o que desejava e já pensa em retornar ao paraíso, assim como planeja novas trips. Para isso, ela toma alguns cuidados, como pesquisar bastante e contratar um seguro-viagem.
“Acho um pecado você se privar de poder conhecer novos lugares e viver novas experiências por não ter alguém para viajar contigo. No começo você sentir um friozinho na barriga, pode ficar um pouco insegura, mais depois vai ter a certeza que não poderia ter tomado a decisão mais certa. Nunca mais vai querer saber de outra coisa”, completa.
E você, já viajou sozinha?
Escrito por Rosana Romão do Blog Ceará viaja.